domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Volta e meia
me escapam fadas
da algibeira

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Siga, pare ou volte

Quando eu crescer
não terei pressa
ou preferência
entre começo, meio e o fim.

Quando eu amadurecer
não pensarei
nem para trás nem para frente,
nem no presente.

Enquanto eu viver
nesse esqueleto,
haverá paciência para
errar repetidamente.

Quando eu morrer
já terei minha resposta
para a vida na terra
e a morte nesse lar.

Quando eu nascer
verei a luz do sol
os campos verdes e
o azul do céu.
Quando eu nascer.

A vida é um momento
um, e só um
um em dez milhões de anos-
luz.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

C'est la vie

Ela se foi da minha vida
da mesma forma que entrou.
Feito uma puta.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dia de chuva

Dia de chuva,
meu coração
escorre do peito
e fica a boiar
entre lixo e memórias,
cinzas e ais,
ratos,
lágrimas,
leprosos e
uma menina inocente e bonita;
aquela puta.

- Merda. - reclama a digníssima senhorinha enquanto abre um guarda-chuva ao meu lado, insensível a toda a poesia do mundo.
- Chuva de novo, nessa merda de domingo. - murmura ela, meio que para si; meio que para mim; meio que para o mundo. E se vai, sem perceber meu olhar nas suas costas.

Sorrio,
Recolho meu coração ainda sujo de bosta,
acendo um cigarro.
- Aquela puta... - murmuro num meio sorriso.
E me esvaio
em fumaça e água,
ferimentos e emoções.
Liberto do sofrimento
e aberto
a toda poesia
desse mundo condenado a tragédia.