Poema postado originalmente em http://www.sonhosfeitosdecrepom.blogspot.com/, de Luisa Iachan
"Rasguei meu rosto
com uma força grande assim
para encontrar dentro de mim
a mulher que sofre de desgosto
e se esconde
procurando um homem bom
-não sei onde-
mas só vai achar
se não estiver com
o rosto todo rasgado
talvez eu esteja no caminho errado."
terça-feira, 20 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Como se houvesse realmente
algo entre nossas faces tão juntas,
em nossos olhos tão admirados
(um véu que aflorasse ao toque?)
Como se, pele com pele,
pernas com pernas,
peito com peito,
houvesse mesmo qualquer evidência
de algo além de dois seres
dois seres em contemplação
tenra
profunda
Como se houvesse mesmo
entre as peles rentes,
roçantes,
qualquer indício de uma metafísica amorosa,
que explicasse a dissipação de todo o mundo
quando tudo desemboca num só ser...
Como se duas vidas conseguissem realmente se aproximar
ainda mais do que permite essa existência,
além desse estreito vão entre dois corpos amorosos
que com tanta sede,
tanto desejo,
tanta vontade,
tenta ser preenchido
quinta-feira, 8 de julho de 2010
caramujo
Uma antena pra fora, é para espiar.
duas já é
dar a cara a tapa;
e assim, com vagar, com receio
eu percorro
muradas, portarias, bares e canteiros
procurando em tudo e todos
a companhia que nunca tive cá dentro em minha concha.
se a fluidez do corpo
porventura assusta, o pobre, o frágil
caramujo
se a lucidez de todos
lhe parece muda, surda
e o assombro o leva tão depressa à concha,
pergunto:
- de que te escondes, caramujo
se a tua concha, em verdade
é o mundo
e si mesmo?
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