sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Elucidando uma viagen

pedras são como navios,
no pasto;
escuta, pois, o que te digo, se o doce
do céu não te vier em socorro
não!,
não grita...
fala baixinho... mentira! não fala nada;
encosto o ouvido na pedra
qual baleia
e ela
te dirá, pois que eu
na condição de simples poeta,
artesão da palavra,
venho só trazer a mensagem que é dela
minha enorme baleia
(que me engoliu um dia
sob o céu de Aldeia Velha);
desta viagem não voltei;
não voltarei.
não volto.




segunda-feira, 2 de agosto de 2010



Se os homens já são egocentrados,
céus, imagine as girafas!, do topo
de seus pescoços, galanteando
com os olhos toda a savana;
se já nós (um quase nada distantes
do chão), imagine as girafas! tão
distantes da terra,
espionando por sobre suas pernocas amarelas
o nosso caminhar
dia para um lado, dia para o outro
dia sim, e também no próximo...
– Oh, elegantes girafas, daí
de cima não vistes, por um acaso,
algum caminho que possas
me indicar?
Mas, as girafas
são pescoçudas demais para ouvir qualquer chamado.