domingo, 27 de fevereiro de 2011

Liberdade condicional

Hoje pela primeira vez saí
pra passear na página
em branco.
Visitei palavras, virgulas, pontos,
versos
que há muito não via...
E como não lembrasse,
assustei,
de ver o quanto cabe
entre seus quatro cantos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

meu coração parou

seu pulso não sinto correr em veia alguma
não sinto mais as mornas batidas

e os silêncios agora são só

silêncio

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A dimensão da saudade
é mais profunda que o fundo
do fim do mundo:
- imagine, a dimensão
da saudade, não cabe no mundo
só coube ni mim -

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Veja bem,
palavras são como dedos:
eu escrevo e
lhe toco.
Consciência prática?
que nada;
palavras
são como dedos:
eu escrevo a nota
e ela toca.
Incrível, não?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Medo de avião

A lua pegou carona nas asas da Gol
a vista não incluída na passagem
fez chorar quem já nem mais acreditava nisso...

Do avião ao chão,
não mais que poucos segundos,
o suficiente:

e no mais, é pura agonia?
um beijo, um adeus, um abraço?
O flatulento da direita ouvirá teu derradeiro d'sabafo...

- É, Schopenhauer, a vida pode ser pior do que a morte...