domingo, 29 de janeiro de 2012

cansado de exílio


minha cidade é cheia de câmeras
que registram o sabiá
preto e branco, high definition,
já o canto, deixa pra lá...


Fênix


meu coração só não parou.
de resto, foi tudo
morri


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As formigas


as formigas que os prédios vêem
quando olham pra baixo
somos nós.

também andamos em fila sem
nenhum aparente sentido
no ladrilho

e jamais olhamos pra cima;

da próxima vez que você pensar em
esmagar uma formiga



quem não cola
não sai da escola.





(dito popular)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

/


a felicidade é positiva.
eu sei que ela sobe pelo pescoço
brinca na língua
e vai
saliva

é tipo uma dor só que não é.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

a ser inscrito na faixada do hotel Sol Ipanema


Sol
Ipanema
Mar

Sul
Ipirangas
Mil




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cultura política X Política cultural

"não basta procurar respostas políticas para problemas culturais"



O Rio de Janeiro já contribuiu com grandíssimos nomes para a cultura brasileira. Cito Tom e Vinicius, muito por alto. Mas fez mais ainda ao acolher os artistas vindos das mais variadas partes do país, e alçando-os à glória nacional.
//
Já está mais que claro que a cultura carioca (enfatizo suas mais variadas expressões artísticas), esbanja criatividade mesmo sem incentivo algum; e ainda há quem chute o corpo agonizante...
//
Quem mais acredita que uma nova abordagem sobre a cultura, politizando-a (não partidarizando), seria uma proposta viável para o aparente impasse da indiferença política e da apatia cultural?


****


a lei é o chiclete do marginal:
o troco em balas.


A Descoberta


A poesia está no osso!!
A poesia está no ofício!
não procure mais por ela
nos morros nos bares na favela

ninguém nenhum centavo
um beijo, talvez, molhado
um vômito no sapato
mas

tinta e papel contra a vida:
acabou
(são um outra vez)


domingo, 15 de janeiro de 2012


acasalar: v.i. dar trela ao acaso.

Papo de mineiro


Rapaz, quando se esgota uma mina
não há 'pra baixo' que resolva:
o jeito é procurar outra.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

583


Dizem que viver é como esperar no ponto
um ônibus que nunca passa...
você dorme, acorda, sai, volta pra casa
e ele ainda não passou...

Vai ver por isso a morte me parece um ônibus
que nunca pára, quando o sinal fecha
e faz lembrar a quem ficou...

a ilusão se desfaz:
seremos sempre fomos
passageiros


Em algum lugar da América


Como aquelas antigas linhas encravadas no chão de algum deserto
de uma perdida civilização,
que apenas os deuses do céu poderiam ver,
e seus criadores jamais chegaram...

assim te dedico, acaso, destino, como te chamares...,
minha vida, quando eu me for
um parâmetro só de saudade:
criar perspectivas inimagináveis

objeto X artifício


Pra quê fazer um verso? É pergunta que cabe? Não aqui. Mas tendo feito, que dele posso saber?
Se escrevo em versos, é porque suponho uma tal Poesia, com P maiúsculo? Os versos são neutros: desconfio muito... Mas qual seu peso, sua ideologia? Quem lê versos não lê poesia. Quem lê poemas... A poesia está no osso!, no ofício!, em toda parte, menos nos versos. Como a laranja não está na cor laranja; o poema é o protocolo do verso. 2ª via, autenticado e o escambal...
Que responder? Que é preciso explodir com tudo, rima métrica e o caraleo.?. Se já o fizeram tantos, tanto, antes de mim: e o que ficou? Uma promessa vaga e íntima de poesia: como se ela não atingisse as multidões...


terça-feira, 10 de janeiro de 2012


pressão
pressão
pressão social
ninguém resiste à pressão social!

pressão
pressão
pressão social
ninguém resiste à pressão social!

pressão
pressão
pressão social
- ninguém resiste à pressão social!



(dito popular)

7 faces dela


não existem dois amores.

o artifício
é dionisismo barato
que apela para os buracos do corpo.

está mais para a bala
do traficante
que para
o papelote.

o mistério é o mal é o novo.

flor nascida
do ovo de Colombo
(ou seria Cabral?)

ilha magistral, terra de Vera Cruz:

quanto do teu segredo
inda não veio à luz...


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ah!


Ah se pelo menos o pensamento
não sangrasse!
Ah se pelo menos o coração
não tivesse memória!
Como seria menos linda
e mais suave minha história!



Cacaso

**


As paredes da prisão
são as únicas que se pode
pixar sem preocupação...